Verso é uma sucessão de sílabas ou fonemas que formam uma unidade rítmica e melódica, corresponde em geral a uma linha do poema.
Verso metrificado ou medido – tem a extensão determinada pelo número de versos.
Verso livre – não se submete a padrão de contagem de sílabas.
Estrofe é um agrupamento de versos. Sua classificação se dá quanto ao número de versos.
Dístico – estrofe de dois versos.
Terceto – estrofe de três versos.
Quarteto – estrofe de quatro versos.
Quinteto – estrofe de cinco versos.
Sexteto ou sextilha – estrofe de seis versos.
Sétima ou septilha – estrofe com sete versos.
Oitava – estrofe com oito versos.
Nona – estrofe com nove versos.
Décima – estrofe com dez versos.
Rima é a repetição ou semelhança de sons (vogais ou consoantes), geralmente a partir da última tônica das palavras. Pode ocorrer no final ou no meio (rima interna) dos versos.
Rima perfeita: a rima é coincidência de sons, não de letras.
Há rima perfeita tanto entre sul e azul, como entre as formas trouxe, doce e fosse, que apresentam a mesma terminação grafada de três maneiras diferentes.
Céu puro que o Sol trouxe
Claro de norte a sul,
O teu olhar é doce,
Negro assim, qual se fosse
Inteiramente azul.
(Alphonsus de Guimaraens)
Rima imperfeita: Nem sempre há identidade absoluta entre os sons dispostos em rima.
Pensar eu que o teu destino
Ligado ao meu outro fora,
Pensar que te vejo agora,
Por culpa minha, infeliz...
(Gonçalves Dias)
Rima pobre: Considera-se POBRE a rima feita com terminações de palavras da mesma classe gramatical. Nos versos abaixo, pranto/espanto e bruma/espanto são substantivos.
De repente do riso fez-se o pranto
silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
(Vinícius de Moraes)
Rima rica: A rima se faz com palavras de classe gramatical diversa ou de finais pouco frequentes. Nos versos abaixo, alva/salva são, respectivamente, adjetivo e verbo; e irradia/dia são verbo e substantivo.
O teu olhar, Senhora, é a estrela da alvaQue entre alfombras de nuvens irradia:
Salmo de amor, canto de alívio, e salva
De palmas a saudar a luz do dia...
(Alphonsus de Guimaraens)
Quanto à disposição, a rima pode ser:
Rima cruzada:
Poesia é carne e é flores, A
é suor cristalizado, B
trepidação de motores A
num céu diurno e estrelado. B
(António Gedeão)
Rima emparelhada:
Ora, se o filho do alfaiate qualquer dia A
Inaugurava ainda a Quinta dinastia!... A
Eu sentado no trono!... Eu rei de Portugal!... B
Que, rei ou presidente, enfim é tudo igual... B
(Guerra Junqueiro)
Rima interpolada:
Não sei quem seja o autor A
Desta sentença de peso B
O beijo é um fósforo aceso B
Na palha seca do amor! A
(B. Tigre)
Versos brancos ou soltos: não apresentam rima.
Fabrico um elefante branco
de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira podre
tirado a velhos móveis
talvez lhe dê apoio.
E o encho de algodão,
de paina, de doçura. (...)
(Carlos Drummond de Andrade)
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